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Melasma

O melasma é um distúrbio adquirido da pigmentação caracterizado por hipercromia da pele em áreas fotoexpostas, principalmente face. No Brasil constitui a terceira causa de consultas dermatológicas (Censo 2006). O quadro característico são máculas acastanhadas simétricas. Localizam-se predominantemente, na face acometendo as regiões malares, o lábio superior, o mento e a região frontal; mas podem ocorrer no V do decote e na face extensora dos braços.

Existe uma nítida relação entre o tempo de exposição ao sol e aparecimento ou piora da pigmentação do melasma. Isso se deve essencialmente ao fato de a melanina ser o principal pigmento envolvido no melasma. Outras possíveis influências incluem, sobretudo, a genética, a gravidez e o uso de anticoncepcionais hormonais.

O melasma é uma dermatose inestética, de grande repercussão na qualidade de vida das pessoas afetadas, o que torna seu tratamento amplamente indicado. Para tanto, há necessidade de um ótimo esquema de fotoproteção e um adequado uso de clareadores disponíveis.

A fotoproteção constitui a pedra fundamental na terapêutica do melasma. Nenhum tratamento funciona bem sem uma fotoproteção adequada. O portador desse distúrbio deve estar ciente quanto à cronicidade de sua doença e de como a fotoproteção pode evitar suas recorrências e manter os resultados obtidos com os clareadores disponíveis.

A efetiva fotoproteção deve considerar a proteção não somente contra a radiação ultravioleta, mas também contra a luz visível presente na radiação solar e em fontes artificiais como lâmpadas fluorescentes. O fotoprotetor deve ser de amplo espectro (UVA, UVB, luz visível), usado em quantidade adequada e de maneira uniforme. É necessária a aplicação várias vezes ao dia.

Na atualidade, o conceito de fotoproteção vai além do uso de filtros solares. A exposição direta deve ser evitada; dessa forma, medidas complementares como chapéus de abas grandes, tecidos que diminuam a passagem da radiação UV e vestimentas adequadas são fortemente encorajadas.

O melhor resultado no clareamento da pele pode ser conseguido pela associação de drogas com mecanismos distintos e, muitas vezes sinérgicos. Além disso, medidas complementares como os peelings químicos e lasers, as vezes, tornam-se necessários como coadjuvantes no tratamento.

Melasma não apresenta cura, entretanto pode ter excelente controle, o que leva a um grande ganho na qualidade de vida.

 

Costa, Adilson et al. Associação de emblica, licorice e belides como alternativa à hidroquinona no tratamento clínico do melasma. An. Bras. Dermatol., Out 2010, vol.85, no.5, p.613-620.
Miot, Luciane Donida Bartoli et al. Fisiopatologia do melasma. An. Bras. Dermatol., Dez 2009, vol.84, no.6, p.623-635.
Miot, Luciane Donida Bartoli et al. Estudo comparativo morfofuncional de melanócitos em lesões de melasma. An. Bras. Dermatol., Dez 2007, vol.82, no.6, p.529-534.
Ribas, Jonas; Schettini, Antonio Pedro Mendes; Cavalcante, Melissa de Sousa Melo. Ocronose exógena induzida por hidroquinona: relato de quatro casos. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 85, n. 5, out. 2010
Sociedade Brasileira de Dermatologia. Rotinas de Diagnóstico e Tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Gen/AC. 2010.

Por Dra. Amanda Sabino