Câncer de Pele – Clínica ComCiência
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Câncer de Pele

Câncer da pele é o crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares; o mais perigoso é o melanoma.

O câncer de pele é o tipo de câncer mais freqüente, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, quando detectado precocemente apresenta altos percentuais de cura.

Carcinoma Basocelular – CBC

É a neoplasia maligna cutânea mais freqüente, representando 70% dos casos. Localizam-se predominantemente na face (20-30% no nariz), couro cabeludo, orelhas, áreas fotoexpostas do tronco e membros; embora incomum pode ocorrer em locais protegidos do sol, como os genitais e as mamas. É mais comum em pessoas de pele clara e pode ocorrer em qualquer idade, mas a incidência do CBC aumenta significativamente após os 40 anos. Seu surgimento está diretamente ligado à exposição solar acumulada durante a vida.

Infelizmente, há uma tendência a encarar-se o CBC como não maligno, pois o tumor raramente metastatiza. O CBC cresce por invasão direta, e destrói o tecido normal. Não tratado ou inadequadamente tratado, o câncer pode destruir todo o tecido ao redor ou penetrar no subcutâneo e atingir cartilagens e estruturas ósseas.

O objetivo do tratamento é a erradicação total do tumor tentando-se preservar ao máximo as estruturas adjacentes. A escolha do tratamento é determinada pela localização do tumor e sua agressividade.

Os pacientes que desenvolvem um CBC, apresentam um risco anual de 5-8% para o surgimento de um outro CBC. Portanto, todos os pacientes com CBC requerem acompanhamento para monitorizar a recidiva no local tratado e o desenvolvimento de novos tumores.

Carcinoma Espinocelular – CEC

É a segunda neoplasia cutânea mais freqüente, representando 20% dos casos. Localizam-se predominantemente em áreas fotoexpostas. Embora a exposição prolongada ao sol seja a principal causa de seu aparecimento, outros fatores podem desempenhar um papel causal. Esses fatores incluem outras formas de radiação, substâncias químicas como os hidrocarnonetos e o arsênico, tabaco, infecção crônica como a osteomielite, inflamação crônica, queimaduras e infecção pelo papiloma vírus humano.

O CEC dissemina-se dentro da pele, primeiramente por invasão local, pode atingir planos profundos e finalmente metastatizar, em geral através dos vasos linfáticos, aos linfonodos locais.

O tratamento envolve a excisão local com margens histológicas livres. O prognóstico a longo prazo do CEC não metastático tratado cirurgicamente é excelente.

O acompanhamento cuidadoso em intervalos regulares é recomendado em todos os casos de CEC.

Melanoma

O melanoma cutâneo é um tipo de câncer que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele). Embora só represente 4% dos tipos de câncer de pele, o melanoma é o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase. A letalidade do câncer de pele melanoma é elevada, porém sua incidência é baixa. As maiores taxas estimadas em homens e mulheres encontram-se na região Sudeste.

O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. A sobrevida média estimada em cinco anos é de cerca de 70%.

Os fatores que aumentam o risco de desenvolver um melanoma, em ordem de importância são:

  • Sensibilidade ao sol (peles que mais queimam ao sol do que bronzeiam);
  • Pele clara;
  • História de queimadura solar intensa. A exposição solar mesmo que não freqüente é um importante fator de risco. Um exemplo bem ilustrativo é o profissional que trabalha em escritório, praticamente não se expõe ao sol no dia a dia, mas nas férias vai à praia se expõe intensamente ao sol, fica com a pele vermelha, ardendo e as vezes com bolhas;
  • História pessoal de melanoma;
  • História familiar de melanoma;
  • Nevos congênitos (pinta escura que aparecem ao nascimento);
  • Maturidade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta);
  • Xeroderma Pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol);
  • Presença de nevos displásicos (pintas com alterações celulares pré-cancerosas).

O melanoma pode surgir a partir da pele normal com o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares, acompanhada de coceira e descamação ou de uma lesão pigmentada já existente, que evolui com o aumento de tamanho, alteração da coloração e forma.

A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase, o melanoma é incurável na maioria dos casos. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter então como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

O melanoma é o tipo mais perigoso, com alto potencial de produzir metástase. Pode levar à morte se não houver diagnóstico e tratamento precoce.

Um exame completo das “pintas” em intervalos regulares, especialmente em indivíduos sob risco aumentado de melanoma, permite a detecção e o tratamento precoces desse sério problema de saúde.

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Por Dra. Amanda Sabino